29 outubro 2009

ARTETERAPIA NA FOLHA DE SP... crianças...

19/04/2009 - 12h04

Crianças com câncer projetam sentimentos por meio da arte

IARA BIDERMAN
colaboração para a Folha de S.Paulo

Quando os pacientes de câncer são crianças, a técnica da arte-terapia pode alcançar resultados nem sempre obtidos com a psicoterapia verbal."Muitas crianças dizem que não gostam do psicólogo porque ele só fica perguntando e elas não sabem dizer o que sentem", conta Luciana Cassino, do projeto Cores da Vida, que leva oficinas de arte para casas de apoio a crianças com câncer."No trabalho de arte, os sentimentos internos da criança são projetados em um suporte externo", diz a arte-terapeuta Cínthia Ghazarian Barana, que orienta as oficinas para crianças do Cores da Vida no Cajec (Casa José Eduardo Cavichio de Apoio à Criança com Câncer), em Taboão da Serra (SP).

Marisa Cauduro/Folha Imagem
Oficina para crianças do Cores da Vida na Casa José Eduardo Cavichio de Apoio à Criança com Câncer, em Taboão da Serra
Oficina para crianças do Cores da Vida na Casa José Eduardo Cavichio de Apoio à Criança com Câncer, em Taboão da Serra

Barana, que realiza um trabalho com mosaico, diz que, além de conseguirem um meio de expressão, os participantes se sentem produtivos. "Por isso, aumentam sua autoestima."

Recursos próprios

Para adultos, a arte-terapia também melhora a comunicação entre o terapeuta e o paciente, acredita a psico-oncologista Luciana Holtz, presidente do portal Oncoguia e representante no Brasil da Susan G. Komen for the Cure, ONG de sobreviventes do câncer de mama. "Para quem já está fragilizado, é uma forma mais leve de abordar os medos e procurar recursos para superá-los."

Outro aspecto importante da prática é permitir ao paciente que tenha mais controle do tratamento. "Na quimioterapia ou na radioterapia, o paciente não pode interferir em quase nada. A finalização de um trabalho artístico promove um resgate de sua autonomia", afirma o oncologista Auro del Giglio.

Segundo a arte-terapeuta Regina Chiesa, que coordena oficinas no Cora (Centro Oncológico de Recuperação e Apoio), em São Paulo, a técnica permite ao paciente que encontre recursos próprios para lidar com a doença. A sessão de arte, que pode ser em grupo ou individual, começa com a sensibilização do participante por meio de exercícios corporais ou de respiração, música, leitura de textos ou visualização. Daí são realizados os trabalhos plásticos, com materiais como argila, tintas, papéis, cola e tesoura. O participante, então, transpõe para a linguagem escrita o que percebeu no seu trabalho e verbaliza a experiência com a ajuda do terapeuta.No ateliê do Cora, de seis a sete participantes desenvolvem trabalhos como a escultura abstrata com pequenos buracos modelada em argila pela pedagoga aposentada Elisabeth Trezza, 70, que teve câncer de mama. "Esses ocos na forma são como os ocos que sinto no estômago. Eu estava muito angustiada nessa última semana", expressa.Para Maria de Lourdes Furtado, 59, que tem câncer de laringe, seu prato estilizado representa a sua vontade de abocanhar a vida. "Quando se entra em contato com o câncer, a morte se torna real. A busca da cura não é só do corpo físico, mas da mente, da alma."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u553116.shtml

ARTETERAPIA NA FOLHA DE SP...

19/04/2009 - 12h03

Arte-terapia ajuda pacientes a lidar com câncer

IARA BIDERMAN
colaboração para a Folha de S.Paulo

Para a microempresária Maria do Rosário Sampaio, 50, "mexer com papel é uma alegria". "Você descobre que pode fazer um monte de coisas", diz. Algumas delas, como sentir os pesos dos diferentes papéis com as mãos, podem ser naturais para a maioria das pessoas. Mas Maria do Rosário perdeu a sensibilidade nas pontas dos dedos, um dos efeitos da quimioterapia à qual se submete, ininterruptamente, desde janeiro de 2006, após o diagnóstico de um câncer no intestino seguido por metástases nos ovários e nos pulmões. Maria do Rosário considera parte importante de seu tratamento as horas que dedica ao recorte e à colagem com papel. "A arte me ajuda muito a enfrentar a doença. É óbvio que os remédios também ajudam, mas [trabalhar com] o papel me tira do fundo do poço, melhora minha qualidade de vida. Minha médica diz que melhora até meu sistema imunológico."

Karime Xavier/Folha Imagem
Maria do Rosário Sampaio faz arte em papel para lidar melhor com a quimioterapia
Maria do Rosário Sampaio faz arte em papel para lidar melhor com a quimioterapia

O que Maria do Rosário descobriu por conta própria começa a ser comprovado por pesquisas realizadas de acordo com os critérios necessários para a prática da chamada medicina baseada em evidências.

Uma dessas pesquisas, publicada no "European Journal of Cancer Care", foi feita na Universidade de Umea, na Suécia, com 41 pacientes de câncer de mama em tratamento radioterápico. Apesar de o número de participantes não ser grande, características do estudo, como ter um grupo controle, escolha aleatória de pacientes para a arte-terapia e o fato de as entrevistas sobre os resultados terem sido feitas sem que os profissionais soubessem a qual grupo pertencia cada pessoa, permitem conclusões mais objetivas sobre os efeitos benéficos da técnica especificamente em pacientes com câncer.

"Há várias publicações sobre arte-terapia, mas não havia um estudo controlado e randomizado [de escolha aleatória]. Para saber se a técnica traz de fato efeitos positivos, precisamos de um grupo controle, composto por pacientes com os mesmos tipos de diagnóstico e tratamento, para fazer a comparação", disse por e-mail à Folha o oncologista Jack Lindh, responsável pelo estudo. As pacientes da pesquisa responderam a questionários sobre qualidade de vida em três momentos: antes do começo da radioterapia, dois meses após iniciado o tratamento e seis meses depois. Metade do grupo participou de cinco sessões semanais de arte-terapia com duração de 60 minutos cada uma. As mulheres desse grupo tiveram uma melhora significativa da qualidade de vida e da saúde física e psicológica e sentiram menos efeitos colaterais da radioterapia. "Essas conclusões mostram que a arte-terapia é uma ferramenta poderosa na reabilitação de pacientes com câncer de mama e, possivelmente, com outros tipos de câncer", afirma Lindh. Ele acrescenta que o estudo comprova a eficácia da técnica, mas não é conclusivo sobre os mecanismos que levam aos resultados positivos, embora acredite que estejam relacionados à construção de uma autoimagem positiva, à possibilidade de expressar sentimentos, ao maior controle sobre a vida pessoal e à redução do estresse. Para Auro del Giglio, professor de oncologia e hematologia da Faculdade de Medicina do ABC, "tudo o que pode ser feito para melhorar a vida do paciente é muito bom". "Funciona? Então não precisamos descobrir exatamente por que, isso pode vir depois." Os novos estudos que surgem em publicações médicas podem ajudar a trazer essas técnicas à tona. "Imagino que a maioria dos trabalhos sobre arte-terapia sejam lidos por arte-terapeutas, e não por médicos, o que faz com que tenham menor impacto na prática clínica. Por isso, é importante mostrar aos médicos que novas estratégias são eficazes", diz Lindh. A tarefa não é fácil, porque a área envolve muitos aspectos subjetivos difíceis de serem quantificados, como a noção de bem-estar. Sérgio Simon, professor de oncologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretor do Centro Paulista de Oncologia, acredita que as terapias complementares melhorem de fato a qualidade de vida, mas diz que o estudo sueco é muito pequeno para ter força de evidência. "As técnicas são aconselháveis desde que feitas por profissionais qualificados e que tenham uma boa base de conhecimentos", diz. Paulo de Tarso Lima, responsável pelo grupo de medicina integrativa e complementar do hospital Albert Einstein, em São Paulo, acredita que a tendência é incorporar cada vez mais essas práticas. "Hoje já falamos em medicina integrativa, que é um termo mais amplo do que complementar. Uma vez comprovada a eficácia dessas técnicas chamadas alternativas, elas deixam de ser "paralelas" e entram no arsenal de tratamentos."

20 anos de Arteterapia no Sedes/ SP

Como co-coordenadoras do curso Especialização em Arteterapia no Contexto Social e Institucional , compartilho com Simone Castiel a alegria desta celebração..a alegria e a satisfação de compartilhar a paixão pela arteterapia e as transformações... compartilhando conhecimento, experiência e carinho.
20 anos de Arteterapia no Sedes.

"Em 1989 iniciou-se um curso de expansão em Arteterapia , que no semestre seguinte continuou como um grupo de estudos e, por solicitação dos alunos em 1990 transformou-se na primeira turma de formação em Arteterapia do Sedes - inicialmente como um curso de aperfeiçoamento, e logo a seguir como curso de Especialização . De lá até então tivemos 12 turmas formadas além das duas atualmente cursando o 1º e o 2º ano .
Além disso, em parceria com o INFAPA, professores de nossa equipe oferecem também já a 10 anos, o curso de " Especialização em Arteterapia no Contexto Social e Institucional " em POA. Durante este período organizamos um curso residencial mensal (atendendo sobretudo a alunos de cidades do interior de SP ), vários cursos de expansão, publicamos 7 números da revista " Arteterapia: Reflexões" e, pela Editora Summus, a série de livros "Percursos em Arteterapia," que tem sido bibliografia de referência em vários cursos de Arteterapia no país.
Ao longo dos anos professores, alunos e ex-alunos do Sedes estiveram presentes apresentando trabalhos em todos os congressos nacionais e latinoamericanos de Arteterapia, organizamos o 3º Congresso nacional de Arteterapia e sediamos o fórum de fundação oficial da UBAAT- União Brasileira de Associações de Arteterapia.
Assim que neste ano de 2009 celebramos nosso 20º aniversário e gostaríamos de compartilhar com vocês nosso orgulho e prazer por estes 20 anos de percurso .
Cordialmente, em nome da equipe de professores do curso de Arteterapia do Instituto Sedes Sapientiae
......Selma Ciornai e Betania Norgren (Co-coordenadoras do curso do Infapa)

6 e 7 de Novembro...para ver coisas lindas...

Bazar da Sofia...
Arte textil...
Onde o tecer, feltrar, estampar, realizar...
é simples, ou complexo..
onde prevalece a beleza,
onde o belo pode ser simplesmente delicado...

Data: 6 de novembro, sexta, das 14h às 20h
7 de novembro, sábado, das 10h às 20h
Local: Rua Sofia Veloso, 178 na Cidade Baixa.
Entrada franca.

Estacionamento conveniado: Rua da República, 274.

OFICIO CRIATIVO na MARIA RITA OFICINA TÊXTIL

Rua Sofia Veloso, 178 . Cidade Baixa
Tel.: 51 3227 4174 . Porto Alegre/ RS

ARTETERAPIA NA REVISTA BONS FLUIDOS. 2009

Descubra-se na arteterapia (da revista Bons Fluidos)A expressão artística é um caminho saudável para entrar em contato com suas emoções.Por Maria Helena PugliesiPor que será que ando tão irritado? De onde vem tamanho desânimo? Onde foram parar a paciência e a compreensão que eu tinha quando era mais jovem? Saiba que respostas para essas inquietações podem surgir durante sessões de aquarela, de cerâmica ou de marcenaria, entre outras práticas manuais. Pelo menos é o que apregoa a arteterapia, uma ciência que tem raízes nos argumentos sólidos dos mestres da psicanálise Freud e Jung, bem como de Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, e Von Ehrenfels, filósofo vienense precursor da psicologia da gestalt. Todos eles, já no final do século 19 e início do 20 enfatizavam a importância da expressão artística como um caminho saudável para o individuo tomar contato com suas emoções, dificuldades e limitações. “A arteterapia trabalha e transforma nosso estado de espírito de maneira consciente e ativa. Ela possibilita também a descoberta de novas habilidades e capacidades, bem como o desenvolvimento da sensibilidade e de um pensar mais claro, de forma a poder ter uma relação harmoniosa consigo e com o mundo”, explica Dulcinéia Pimentel de Oliveira Montico, coordenadora de arteterapia antroposófica do Espaço Sofia, em São Paulo.

A escolha do material a ser trabalhado geralmente é feita pelo arteterapeuta, que, após avaliar as necessidades e queixas da pessoa, propõe exercícios e atividades especificas que possam ter uma atuação mais fecunda para as situações apresentadas. “Embora exista um consenso na resposta de vários materiais, é fundamental saber que se trata de relações particulares e únicas, onde cada um se expressará à sua maneira frente as cores, formas e texturas”, lembra a doutora em arte Tatiana Fecchio C. Gonçalves, responsável pelo Curso de Especialização em Arteterapia da Universidade São Marcos.

Hoje, muitas escolas de arte incorporaram em seu quadro de professores profissionais com formação em arteterapia, justamente para desenvolver um trabalho mais alinhado com fundamentos da psicologia ou da antroposofia. No entanto, nada impede de praticar essas técnicas em ateliês. “Tenho alunos que vêm aqui por recomendação de seu terapeuta. Modelar a argila ajuda, entre outras coisas, a lidar com a ansiedade e perdas. Afinal, aquela peça que demorou um tempão para ser feita pode não corresponder às expectativas depois de queimada”, arremata a ceramista Nil Rocha, que mantém ateliê nas cidades de Souzas e Campinas, interior de São Paulo. Outra atividade que tem chamado a atenção de quem procura desestressar é a marcenaria. “O trabalho de serrar, lixar, cavoucar a madeira ajuda a lidar com questões sociais. A marcenaria nos permite treinar capacidades anímicas, como a flexibilidade e a paciência, fundamentais no trato com as pessoas”, constata a terapeuta social antroposófica Bettina Irene Happ Dietrich. O professor e marceneiro Piero Calò, que mantém um curso livre de marcenaria na escola Cose di Legno, em São Paulo, enfatiza também o lado lúdico do oficio: “Tenho alunos que há 14 anos freqüentam minhas aulas só para espairecer. São diretores de empresa que buscam um ambiente mais informal, bem diferente do seu dia-a-dia”.

Na realidade, qualquer atividade feita com prazer gera resultados intelectuais e comportamentais positivos. “Por isso, nenhum desses cursos têm contra-indicação. No entanto, quando se trata de problemas mais sérios, em que o indivíduo tem grandes questionamentos, o trabalho deve ser necessariamente acompanhado por arteterapeuta. Não se pode esquecer que a arte é um canal aberto para as emoções e, em casos clínicos graves, lidar com essa manifestação pode agravar o quadro, em vez de melhorá-lo”, diz Maria Alice do Val Barcellos, professora de arteterapia do curso profissionalizante do Instituo Sedes Sapientiae.
Desenho: o traço gráfico, seja feito com giz, lápis, carvão, nanquim, caneta ou grafite, impõe na superfície (papel, parede, etc...) uma linha, cria um limiar entre seus lados, enfim, trabalha com um limite. No entanto, a textura, espessura, ritmo e duração do traço dinamiza a criação. Prática interessante para quem sente dificuldade em impor limites para si e para com os outros.
Pintura: a técnica apresenta desafios, como o preparo das tintas e seu manuseio com os pincéis, a ocupação dos planos a serem preenchidos, bem como as passagens de cores e contrastes. Para obter resultado, mente e corpo devem necessariamente trabalhar juntos. Exercício valoroso para aqueles que precisam lidar no dia-a-dia com decisões rápidas.
Cerâmica: a lida com argila e outras massas de modelar oferece um universo rico em simbologia. A maleabilidade do material remete a importância da flexibilidade na vida. Há ainda a questão da temperatura da massa: sempre fria a princípio, mas que se aquece com o calor das mãos. A queima das peças também ensina a conviver com a expectativa do desconhecido e a aceitar fatos que independem de nossa vontade.
Colagem: a atividade é considerada pelos arteterapeutas como uma importante possibilidade mobilizadora de conteúdos internos. Agregar partes separadas, reorganizar pedaços desconexos, rearranjar os fragmentos (recortes de papel, sementes, cacos de vidro, etc...) estimula a criatividade e alerta para novas possibilidades.
Marionete e fantoche: a construção de personagens é uma ferramenta importante para o autoconhecimento. Trejeitos, posturas e outras características do boneco idealizado pode ajudar seu criador a entrar em contato com aspectos muitas vezes pouco conhecidos de sua personalidade. A atividade feita em grupo propicia horas divertidas e reveladoras.
Marcenaria: cada um dos passos deste artesanato está imbuído de aspectos importantes para nosso comportamento. Ao serrar, por exemplo, lidamos com a retidão; já ao limar, aguçamos nossa fluidez, uma vez que é preciso trabalhar com as duas mãos ao mesmo tempo. Tudo isso requer paciência e respeito às etapas do trabalho.

07 outubro 2009

Além da expressão

Além da expressão - Bloco cirúrgico desativado abriga acervo da Oficina de Criatividade

Barbara Neubarth, psicóloga, uma das fundadoras, quase 20 anos atrás, da Oficina de Criatividade do Hospital São Pedro, exibe com indisfarçável orgulho as instalações que abrigam o acervo da instituição. Em velhas salas de cirurgia, há muito desativadas mas ainda sob as luminárias que se usava em exames e operações, distribuem-se milhares de desenhos, separados por datas e acondicionados em papel pardo.

Há um certo improviso e precariedade no ambiente, mas chama atenção o apuro museológico com que a equipe de catalogação trata o material – tudo quanto foi produzido pelos pacientes do São Pedro desde a fundação da oficina, em 1999, e ainda antes, no que seria o gérmen das atividades de desenho, pintura e bordado.

Barbara tomou como modelo para instalar a oficina aquilo que era feito no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro. Buscava-se a “livre expressão” dos doentes, como apoio terapêutico. Em um diário, ela e suas colegas anotavam os avanços e recuos de cada um: “Hoje a roda se moveu”. Alguém havia experimentado uma nova cor ou mudado de tema.

Quatro pacientes, ali, logo chamaram a atenção dos funcionários: Frontino Vieira, Cenilda Ribeiro, Luiz Guides e Natália Leite. Os dois primeiros faleceram nos anos 1990. Ele deixou 560 trabalhos, de inspiração abstrata, alguns remetendo a certa estética japonesa. Ela legou mais de 2,7 mil desenhos, sobretudo de figuras humanas. Guides, que conta hoje com cerca de 85 anos (a idade é presumida), não enxerga mais tão bem, devido à catarata, e trabalha menos, mas chegou a produzir 6 mil imagens, tendo inclusive realizado uma exposição no Margs. Em sua fase mais ativa, ele dividia o papel em linhas cartesianas e preenchia o espaço com séries de números e sugestões de relógios. Natália, 66 anos, figura entre as mais assíduas frequentadoras da Oficina. Já fez mais de 5,5 mil desenhos e bordados e mantém-se em atividade. Entre seus temas recorrentes, aparecem casas, bois e papagaios.

A organização dos trabalhos desses quatro pacientes é a prioridade da equipe de catalogação. Eles foram escolhidos, segundo Barbara, pela força e pelo interesse estético que se desprendia do conjunto. Quase tudo já foi fichado e separado.

Em junho de 2010, quando a oficina completar 20 anos, Frontino, Cenilda, Guides e Natália vão merecer uma exposição – com catálogo – no Museu Universitário, no campus central da UFRGS. Na ocasião, sob o título de Vidas do Fora: Habitantes do Silêncio, também será realizado um seminário e lançado um livro.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2675454.xml&template=3898.dwt&edition=13260&section=999

QUANDO A ARTE É TERAPIA, QUANDO A TERAPIA É ARTE... A ARTE TRANSFORMA E AS TRANSFORMAÇÕES VIRAM CULTURA e VIDA...

Viagem pela inconsciência. Saiu na ZERO HORA - RBS. 06 de outubro de 2009 | N° 16116
ARTES . Viagem pela inconsciência
Pesquisa cataloga imagens produzidas ao longo dos últimos 20 anos por pacientes do Hospital São Pedro

A lojinha da Fundação Iberê Camargo, na Avenida Padre Cacique, zona sul de Porto Alegre, passa a oferecer, entre livros de arte e souvenires elegantes, uma série de camisetas com estampas singulares. O que se vê ali é a reprodução de desenhos realizados por duas internas do Hospital Psiquiátrico São Pedro, uma delas já falecida.

O São Pedro, no bairro Partenon, tido como o centro geográfico da Capital, é o mais antigo hospital psiquiátrico em atividade no Estado, inaugurado 125 anos atrás. Ali funciona há quase duas décadas uma Oficina de Criatividade, em que se exercitam tanto pacientes temporários quanto aqueles internados em caráter definitivo – já sem família e sem lugar para onde ir, remanescentes da época dos manicômios, quando vigorava a cultura do isolamento.

Na Oficina, com acompanhamento de professores de arte, psicólogos e estudantes, eles são convidados a dar vazão, de forma criativa, àquilo que atormenta suas mentes. O modelo é o do célebre Museu de Imagens do Inconsciente, criado em 1952 por Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, como alternativa a tratamentos como o eletrochoque e a lobotomia.

Tudo o quanto se produz na Oficina do São Pedro é preservado. Nada se descarta. Ao longo de quase 20 anos, um material estupendo se formou ali, com cerca de cem mil itens – na maioria, desenhos. A novidade é que esse acervo vem sendo cuidadosamente catalogado. Durante anos, ele foi apenas acumulado. Agora, pouco a pouco, é revisado, separado, fichado. Daí emerge a percepção de que, em meio a obras criadas com finalidade, em última instância, terapêutica, há obras de refinada invenção, admiráveis pelos padrões estéticos contemporâneos.

As camisetas à venda desde quinta-feira na lojinha da Fundação Iberê são apenas o índice de um trabalho maior – que vai da produção de imagens sensíveis à atenção que um olhar aplicado pode lançar para elas. As camisetas estão à venda por R$ 47 cada. Parte da renda reverte para a Oficina, outra parte para a autora dos trabalhos, Natália Leite, 66 anos, internada desde novinha no Hospital Psiquiátrico São Pedro.

Dependendo da aceitação das primeiras camisetas, novas estampas serão oferecidas. A grife poderá se estender a xícaras, copos e blocos de anotações. EDUARDO VERAS

04 outubro 2009

Livro... com participação de nossa aluna Claudia

Sempre é maravilhoso compartilhar conquistas dos que amamos,
saber que Claudia participa com um capítulo deste livro, é muito gratificante....
O lançamento do livro
na Feira do Livro da Escol Farroupilha,
e em Novembro de 2009
participação na Feira do Livro de Porto Alegre.

Cláudia Martins Costa.
Professora,
Aluna de Arteterapia e do INFAPA.

03 outubro 2009

LINHAS DO TEMPO... DESCOBERTAS MARAVILHOSAS

Linhas que enlaçam,
linhas que amarram,
linhas que cobrem,
abraçam, recorrem,
abrem caminhos,
Linhas que abraçam,
e indicam novas direções...
linhas...
caminhar,
continuar,
sem desistir.
Tal vez, só descansar...
Tramas de setembro...