27 julho 2009

A ARTE DE FIAR, tecer, colorir, queimar...

24 e 25 de Julho de 2009

Jornada de criatividade, arte e arteterapia
Espaço de trocas e descobertas:

Desde a fiação de lãs até a criação de
velas originais... Passando pelo batik e o tear...
Descobrindo o potencial arteterapêutico
de fazeres artesanais, quase artísticos...
Sempre terapêuticos....
Uma jornada na qual, as trocas e descobertas podem
dar lugar ao crescimento e transformação...
...................

Podemos programar fazer projetos, preparar
bagagem... e imprevistos e novos desafios aparecem..
Desestruturar e desmanchar o que não serve, re-pensar
e re-fazer,
Transformar as possibilidades em criações que conformam
nossa identidade...
Alinhavar nossos passos ao som de sintonias de
nosso feminino,
de nosso ser artista,
de nosso ser curador,
de nossas potencialidades de sermos transmissoras
de experiências, descobertas e conhecimentos...
Crescer e andar, tecer e tramar,
Queimar e transformar,
Colorir e re-significar....
.......

A idéia inicial era um encontro o dia todo de sexta feira.
Sendo que algumas pessoas interessadas em
participar não podem nesse dia, montamos um horário extra no sábado pela manha,
uma opção abordando a temática, de maneira concentrada e dinâmica.
Pensado em quem puder vir só de manha, só de tarde, só de noite; e quem puder vir o dia todo.
(As propostas não vão se repetir, iremos alinhavando...)
Quem puder vir só sábado (das 830 as 1230) a idéia é optar por:

- afiar lãs + tecelagem
- fazer velas
- ou fazer batik

A JORNADA será o dia todo de sexta e/ou sábado, trabalhando arteterapeuticamente as propostas alinhavando-as.
É justamente essa a idéia. Aproveitando a vinda de Maria de Betânia Paes Norgren. que está vindo de São Paulo, convidada para um evento na PUCRS...
As idéias foram afiando-se, depurando, tramando...
Tomando cor...
Assim esperamos seja o encontro,
a troca e as transformações...
Com certeza será uma bela experiência...

Nesta Jornada:
Haverá material disponível para elaborar
trabalhos:
Além de possibilitar o uso de ferramentas
específicas de cada técnica, serão CRIADOS instrumentos alternativos
especiais:
* para fiar lã
* para tecelagem
* para fazer velas
* para o batik

Iniciaremos com uma introdução,
Lã para fiar e para trabalhar em tear, incluindo
a criatividade, onde as ferramentas e o fazer terão uma intencionalidade I terapêutica...

Num segundo momento o foco será a realização
de velas...
Onde a cera e laminas de
parafina, anilinas e elementos naturais se aliam para fazer e desmanchar,
destruir e construir, promovendo processos onde o eixo do fio continua
presente.
Logo o tecido serve de base num terceiro
momento, para receber na trama de algodão a cera...
Na técnica de Batik a cera isola, protege e
serve para limitar as cores da tintas.

Além, é claro: de costurar todo arteterapeuticamente....
que é um dois objetivos especiais e diferenciais
Momentos de troca, onde o fluir dos elementos
e processos, dos momentos e das presencias terá a acolhida de
Dividido em turnos ( manhã, tarde e noite),
ciclos com fechamento em cada um, momento para a troca e a mudança...
A idéia e a caminhada desde a manha até a
noite...
Quem ficou com vontade e não pode vir na sexta:
Pensamos na possibilidade da Jornada concentrada no sábado:
enxugando as propostas, possivelmente ofertando as
técnicas para a opção de mergulhar numa delas para possibilitar o processo.

Precisamos confirmação de quem vai participar
e quando.
Cada profissional irá oferecer uma dinâmica,
mas as propostas estarão: alinhavadas...

.........................

Lãs, cera, fogo, tecidos, cores...
transparências da água,
calor do fogo,
pigmentos da terra...
fiando lã...
criando velas...
tingindo telas,
acalentando a alma,
transformando emoções,
abrindo possibilidades,
compartilhando descobertas...tramando e tecendo nossas histórias.

A ARTE DE VER, DE SENTIR, DE FAZER...

Comparto este texto delicioso que enviou Zulma, sensibilizada após a Jornada de arte e arteterapia do sábado , foi uma preciosa experiencia, de muitas trocas e reencontros, com os outros, com nós mesmas...

Obrigada Bê por tua paz inmensa, a Mag pela alegria , a Lu pela profundidade e amor que comparitmos, a todas as que esteveram e desejaram estar, Bj Angel

A arte de ver- Rubem Alves

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Aconteceu, entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Entretanto, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente a cebola, de objeto a ser comido se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora tudo o que vejo me causa espanto...” Ela se calou esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui até a estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: “...rosa de água com escamas de cristal...” Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver.”

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física ótica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso é afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei isso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos sinto-me como Moisés, diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de usa casa, porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

A Adélia Prado diz: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”. O Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso é afirmou que a primeira tarefa da educação era ensinar a ver. O Zen Budismo concorda e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no Zen Budismo mas o fato é que escreveu “ Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram...”

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus Ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão “os seus olhos se abriram”. Vinícius de Moraes adota o mesmo mote no “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia, eles um humilde operário, um operário em construção”.

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na Caixa de Ferramentas eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas – e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas quando os olhos estão na Caixa dos Brinquedos eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na Caixa de Ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na Caixa dos Brinquedos são os olhos das crianças. Para ter olhos brincalhões é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas...”

Por isso, porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver, eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar para os assombros que crescem nos desvão da banalidade cotidiana. Como o Jesus Menino do poema do Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos...”

24 julho 2009

OFICINA DE INVERNO

Oficina do Barro ( escultura e utilitários)

DIA -25/07/09- Sábado

Manhã infantil- R$30,00
Tarde adulto - R$35,00

"Gente foi feita para inventar

o mundo de novo,

Para mudar e desmudar,

Carregando alegria.

(Betinho)

Atelier de Kira Luá Gramado

Informações e inscrições cel- 54-9992-4461

kira.artes@gmail.com

http://artecomkira.blogspot.com

http://kiralua.blogspot.com

18 julho 2009

JORNADA DE CREATIVIDADE, ARTE E ARTETERAPIA

Lãs, cera, fogo, tecidos, cores...
transparências da água,
calor do fogo,
pigmentos da terra...
fiando lã...criando velas...
tingindo telas,
acalentando a alma,
transformando emoções,
abrindo possibilidades,
compartilhando descobertas...
tramando e tecendo nossas histórias.
Sexta feira, dia 24 de Julho:
Jornada de criatividade, arte e arteterapia - Espaço de trocas e descobertas:
Desde a fiação de lãs até a criação de velas originais... Passando pelo batik e o tear...
Descobrindo o potencial arteterapêutico de fazeres artesanais, quase artísticos... Sempre terapêuticos....
Uma jornada na qual, as trocas e descobertas podem dar lugar ao crescimento e transformação...
Profissionais:
Maria de Betânia Paes Norgren. Psicóloga e Arteterapeuta. AATESP: 005/1203
Angélica Shigihara de Lima. Professora e arteterapeuta. AATERGS: 001/0603
Margret Sphor. Artista Textil com formação em arteterapia. AATERGS : 070/0808
Espaço:
Casimiro de Abreu 662 - Porto Alegre
Horário:
das 8:30 as 12:30
das 14:00 as 18:00
das 18:30 as 20:30
Materiais necessários:
- Inclusos no valor da inscrição.
Sugestão,
Se conseguir:
- contas, argolas, caracóis ou qualquer objeto para enfiar...
- restos de lãs e/ou um novelo para a tecelagem.
- giz de cera velho.
Vagas limitadas
Será um prazer esta troca de conhecimentos, momento de descobertas e reencontros.